Em qualquer serviço a existência de um volume significativo de trabalho extraordinário é motivo de preocupação uma vez que é um indício da falta de profissionais face às necessidades do serviço.
A situação torna-se ainda mais preocupante se esse volume significativo de trabalho extraordinário não é reduzido num curto espaço de tempo pois as suas consequências, em particular de desgaste dos trabalhadores, podem traduzir-se em condições ainda mais difíceis para o desempenho de funções.
Em particular na área da saúde têm sido relatadas com frequência situações de “esgotamento” (burn out) dos profissionais em resultado da intensidade dos ritmos de trabalho e da desregulação dos horários a que são sujeitos, precisamente em resultado da sobrecarga dos profissionais que estão ao serviço e das carências existentes.
A situação que se verifica no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central (Évora) e o volume de trabalho extraordinário de enfermagem em praticamente todo o distrito é reveladora dessas preocupações e confirma simultaneamente a carência de enfermeiros e a urgência de medidas que lhe ponham fim.