Na sequência de um conjunto de audições já realizadas na Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PCP requereu o acesso a documentação relativa a uma fase prévia do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que pode explicar porque não foi levada a discussão pública uma alternativa para o traçado ferroviário que teria menos impacto para o concelho e as suas populações.
Essa alternativa, que aproximava a linha ferroviária do traçado já definido para a ligação rodoviária do IP2, chegou a ser avaliada na fase prévia de Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) mas desapareceu na passagem para a discussão pública já na fase do EIA sem que tivessem sido conhecidas as justificações técnicas que agora são utilizadas para justificar esse desaparecimento.
Depois das audições na Assembleia da República em que foram questionadas a Agência Portuguesa para o Ambiente (APA) e a Infraestruturas de Portugal, SA - empresa pública que tem à sua responsabilidade todo o processo desta ligação ferroviária - as dúvidas relativamente à verdadeira justificação para o desaparecimento dessa alternativa adensam-se.
Não constando do EVA ou do EIA elementos de justificação técnica para o desaparecimento dessa alternativa no traçado ferroviário, tudo aponta para que essa decisão tenha sido tomada com o objectivo de evitar o investimento acrescido que teria de ser assumido para que o concelho de Évora e as suas populações pudessem beneficiar de um traçado com menos condicionantes do que aqueles que foram levados à discussão pública.
Por isso, o Grupo Parlamentar do PCP requereu ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação os documentos relativos ao Caderno de Encargos e aos estudos e projetos elaborados pela Viaponte, Lda. que foram utilizados para preparação do EVA em que essa alternativa do traçado foi avaliada.
No próximo dia 2 de julho será ouvido o Ministro das Infraestruturas e da Habitação em audição parlamentar requerida pelo PCP.