O Grupo Parlamentar do PCP realizou uma Audição Parlamentar sobre as questões da "Reorganização Curricular" apresentada pelo Governo, com a presença do deputado João Oliveira.
Esta iniciativa, que teve lugar no Salão Nobre do Teatro Garcia de Resende em Évora, insere-se num conjunto de audições públicas descentralizadas pelo território nacional, com a presença de deputados comunistas e realiza-se na sequência da apresentação, pelo PCP de um Projecto de Resolução para alargamento do prazo de discussão pública da chamada "reforma curricular" que foi chumbado por PSD/CDS.
Da assistência surgiram um conjunto de questões e preocupações colocadas por professores e encarregados de educação, que incidiram sobretudo no facto de esta "reorganização" não se suportar em qualquer estudo ou fundamentação e ter apenas como objectivo um corte de 102 milhões de euros na educação.
Esta redução do investimento na Educação Pública é conseguida à custa de medidas como o fim do par pedagógico de Educação Visual e Tecnológica (EVT), o fim da Formação Cívica no 2º e 3º ciclos, bem como o fim do desdobramento de turmas práticas em Ciências Naturais e Físico-Química, medidas que no conjunto podem significar o fim de cerca de 11600 horários de trabalho, bem como reforça o arbítrio dos directores de escolas. Por isto, o deputado comunista alertou para o facto de não se estar perante uma verdadeira reorganização curricular, "mas antes de uma reorganização laboral, de ajuste dos currículos ao orçamento imposto pela troika estrangeira, e que representa uma diminuição substantiva da qualidade do ensino". O deputado João Oliveira assegurou que O PCP e o seu Grupo Parlamentar tudo tem feito na defesa da Escola Publica e mais uma vez assim vai proceder, pois o Ministério da Educação com esta proposta mais não visa que é dividir a escola, nos que vão aprender a ler e a escrever e nos que tem posses e vão para o privado como existia antes do 25 de Abril.