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PCP DEBATE FUNDOS COMUNITÁRIOS PARA O ALENTEJO CENTRAL


 

Por iniciativa da Direcção da Organização Regional de Évora do PCP teve lugar um debate, no dia 23 de Fevereiro, no Salão Nobre do Teatro Garcia de Resende, sobre o chamado “Programa Alentejo 2020” no qual participaram cerca de 60 pessoas, entre elas vários independentes, que durante a tarde discutiram o enquadramento da elaboração e gestão do próximo quadro comunitário de apoio para o Alentejo Central.

Foi referido pelos intervenientes que se trata de um programa de apoio financeiro destinado, não a garantir uma política de coesão social, económica e territorial, como é anunciado, mas sim o aprofundamento da liberalização económica e social, acentuando ainda mais as desigualdades dos territórios. É um instrumento financeiro de apoio à política do governo contra os serviços públicos e que visa a intenção do governo de se libertar das funções sociais do Estado. É instrumento elaborado no segredo, com uma gestão centralizada, na qual os municípios não são integrados nem as suas opiniões são tidas em conta, apenas são chamados para sessões de propaganda e nada mais.

 

O debate confirmou que os fundos disponíveis para os municípios são bastantes inferiores aos do anterior Quadro Comunitário de Apoio (QCA), assim como os limites de acesso a esses fundos é bastante mais limitado por parte dos municípios. Não existem apoios a equipamentos desportivos, culturais nem para estruturas rodoviários.

Foi referido que o Alentejo que viu acentuar-se o despovoamento, verifica agora no Programa Operacional da Região Alentejo (PORA) que é invertida a prioridade de coesão territorial e social, com a inexistência de financiamentos para responder ao despovoamento e aos problemas demográficos e, em contrapartida, verifica-se a concentração temática no domínio da competitividade.

Apontou-se que o Programa Alentejo 2020 não serve os interesses do Alentejo Central, do distrito de Évora, não serve os interesses das populações, nem assegura o desenvolvimento, apontando para uma ingerência na autonomia do Poder Local que, como tudo indica, vão tentar concretizar.

Este debate em torno do Portugal 2020 realizou-se na sequência da iniciativa que o PCP apresentou na Assembleia da Republica de implementação de um “Plano Imediato de Intervenção Económica e Social para o Alentejo” onde aponta um conjunto de medidas a que nem o PORA, nem o Alentejo 2020, dão resposta, mas cujos fundos podem e devem ser aproveitados para medidas concretas que sirvam o Alentejo.

Foi reafirmado no debate que a posição do PCP é justa e que o actual governo já não tem condições para governar e o futuro não passa pela alternância, mas sim pela ruptura com a política de direita e a construção da alternativa democrática patriótica e de esquerda que o PCP vem preconizando.

Évora, 23 de Fevereiro de 2015