A Direcção da Organização Regional de Évora do PCP, reunida a 11 de Janeiro de 2019, procedeu à análise e desenvolvimento da situação política e social na região e definiu o calendário do ano em curso e o reforço do Partido.
Situação Política e Social no Distrito:
A DOREV do PCP reafirma a importância que a luta dos trabalhadores e das populações e a acção do PCP têm tido na nova fase da vida política nacional, os avanços, conquistas e recuperação de direitos que importa valorizar, desmentindo velhas teses. Esta realidade não ilude o conjunto de necessidades estruturantes que continuam a não ter reposta por opção do PS, prejudicando a região e o País. A situação política no distrito continua marcada, pela ausência de medidas que contribuam para alterar qualificadamente a realidade do Distrito, mantendo um processo de declínio demográfico que se acentua a cada mês que passa, assim como aumentam as assimetrias no próprio distrito e no Alentejo, no último quinquénio a região perdeu mais de 30 mil habitantes. Assim como se mantém a ausência de planeamento para o investimento público, os fundos comunitários não são investidos para o desenvolvimento da região, mas para beneficiar a agenda política do governo.
O despovoamento do interior é acompanhado pela destruição de vários serviços públicos, como é o caso dos escandalosos encerramentos dos CTT, encerramento de balcões bancários, mantendo-se a falta de profissionais de saúde, auxiliares de educação, trabalhadores na justiça, os grandes problemas de desertificação do interior, o governo PS foi incapaz de tomar medidas concretas para estancar a mesma.
A direita PSD e CDS depois de quatro anos no governo durante os quais retirou milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, para beneficio dos privados, conduziu o País a uma situação muito grave, tem desencadeado uma ofensiva brutal contra o SNS, como atestam as recentes declarações do Deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD contra a Direcção do Hospital de Évora, acusando esta de gastos exagerados com serviços externos, o PSD sabe que no passado o seu governo e o governo actual impedem as direcções hospitalares de contratar pessoal, contribuindo para uma situação caótica não apenas no hospital como nos Centros de Saúde do Distrito de Évora.
Salienta-se neste período a luta dos trabalhadores e populações do Distrito, com particular expressão na participação da jornada nacional de 15 de Novembro convocada pela CGTP-IN, na recolha de assinaturas para a Petição Pública exigindo a construção do novo hospital público do Alentejo em Évora, ou contra o encerramento dos CTT, entre outras.
O PS e o seu governo, conscientes dos gravíssimos problemas que o Distrito e a região enfrentam, fazem um desfile de membros do governo nas mais diversas iniciativas sem conteúdo, para os próximos dias estão agendadas dezenas de iniciativas todas com membros do governo. Mo dia 11 de Janeiro o Primeiro-ministro e três ministros estiveram em duas iniciativas, que visam apenas o anúncio da abertura para o concurso de construção do novo hospital central público do Alentejo em Évora para o qual existem apenas 40 milhões de euros e continua adiado o conjunto de procedimentos necessários como o PCP denunciou. Outra iniciativa foi em Viana do Alentejo com o lançamento do concurso do Bloco de rega de Viana do Alentejo. A DOREV do PCP salienta a operação de propaganda eleitoral que estas acções representam, não basta anunciar, é necessário tomar as medidas, e o que se verifica é que nem verbas, nem medidas. As populações devem manter a luta pela construção do novo Hospital Central Público do Alentejo a construir em Évora, pois os sinais são claros, o PS não está interessado em concretizar esta obra, para mais tarde se desculpabilizar e vir a propor uma outra qualquer iniciativa que vise a não construção de um hospital publico. A população tem mostrado essa exigência, em particular com as mais de 4000 assinaturas já recolhidas da petição promovida pelo PCP.
O PCP foi o único partido na região que tomou posição pública sobre os graves acontecimentos em Borba, o deputado no Parlamento Europeu João Pimenta Lopes e uma delegação do partido estiveram no local. Continuamos a acompanhar a situação no quadro da região e da Assembleia da República, entre as quais a promoção de uma audição à FEVICOM, audição ao Ministro do Ambiente e reunião com a CCDRA, em Dezembro passado.
DESENVOLVER A LUTA DE MASSAS,
REAFIRMAR OS VALORES DE ABRIL
É necessário travar a ofensiva da política de direita, a qual tem ao seu serviço, os grandes meios da Comunicação Social, a panóplia de comentadores que alinham pelo mesmo diapasão, bem como muitos dos que usam as redes sociais, procuram isolar o PCP esconder as suas propostas, desviando assim a atenção sobre os graves problemas dos trabalhadores e das populações. O desenvolvimento da luta de massas, deve manter a expressão de rua, sendo de salientar as importantes manifestações de massas marcadas para o dia 09/3 promovida pelo MDM, dia 28/3 a manifestação da Juventude trabalhadora promovida pela Interjovem/CGTP-IN. Assim como ascomemorações do 45.º Aniversário da Revolução do 25 de Abril, com o lema, Os valores de Abril no Futuro de Portugal e as comemorações do 1.º de Maio, as quais devem exigir de todos e de todas as organizações o envolvimento muito amplo de democratas que afirmem os valores de Abril.
No Distrito releva-se igualmente as comemorações do 40.º aniversário da União dos Sindicatos do Distrito de Évora, que ao longo dos anos tem contribuído para a unidade do Movimento Sindical e desenvolve uma importante acção nas lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos valores de Abril.
Para o desenvolvimento do Distrito e da Região, precisamos de romper com as opções que impedem o seu desenvolvimento e concretizar uma política alternativa. Nesse sentido é de enorme significado a marcha marcada para dia 2 de Abril com o lema, Reafirmar os Valores de Abril na Defesa da Constituição.
As batalhas eleitorais e luta pela alternativa. Dinamização da iniciativa
O ano de 2019 será marcado pela luta pela construção da alternativa patriótica e de esquerda, por dois actos eleitorais, Parlamento Europeu a 26 de Maio e para a Assembleia da República a 6 de Outubro, bem como o reforço da luta dos trabalhadores e das massas populares. Está hoje ainda mais claro que para vencer a estagnação para onde nos empurra a política de direita, protagonizada pelo PSD,CDS e PS, é imperativo o reforço do PCP, a influência politica e institucional, estes elementos são determinantes para a alternativa que o Partido propõe ao nosso povo. É pois necessário que no Distrito de Évora, todos os militantes, todos os democratas e activistas da CDU se empenhem com confiança na esclarecimento e na mobilização para o voto na CDU.
A preparação e realização dos actos eleitorais de 2019 são inseparáveis quer do quadro político, social, e económico do País, quer da intervenção e da força eleitoral de cada uma das forças que disputam as eleições. A preparação das eleições é um momento exigente para toda a organização e deve merecer todo o cuidado das organizações, nesse sentido o Partido marcou um Encontro Nacional do PCP sobre a situação do País e as próximas eleições, para dia 2 de Fevereiro de 2019, em Matosinhos. Desde já apelamos à mobilização e preparação do conjunto das organizações e militantes do Partido para as exigentes tarefas eleitorais, desde logo para assegurar o alargamento da expressão unitária da CDU, o envolvimento de apoiantes, a partir de diferentes realidades sectoriais, e a definição por todo o Partido de uma campanha baseada num amplo contacto directo com os trabalhadores e o povo, eixo essencial, prioritário e decisivo, para a construção do resultado eleitoral em que cada um terá de assumir o seu papel de esclarecedor e mobilizador para o voto na CDU.
O Reforço da Organização do PCP
A DOREV do PCP salienta como muito positivo, as diversas iniciativas que contribuíram para o reforço do Partido em 2018, salientamos a importante iniciativa realizada em Dezembro dirigida aos reformados a qual contou com a presença do Secretário Geral do PCP. Grande importância para as iniciativas já marcadas para 2019, das quais salientamos a apresentação em Évora, dos projectos de lei de bases do PCP da Saúde e da Habitação, a audição com criadores, produtores e agentes culturais do Distrito, a Festa do Avante, diversas iniciativas assentes nas medidas prioritárias para o Distrito assim como dirigidas a trabalhadores dos diversos sectores de actividade.
Valoriza-se as comemorações do 98.º aniversário do PCP com um vasto conjunto de iniciativas já marcadas, entre as quais destacamos; o almoço Regional do Alentejo no dia 24/3 no Distrito de Portalegre com a presença do Secretario Geral do PCP e mais de uma dezena de iniciativas agendadas no Distrito de Évora.
Considerando a importância do Alentejo e do Distrito na luta antifascista, assim como as conquistas alcançadas com o 25 de Abril e os seus valores, ganha grande importância a preparação das comemorações sobre os 45 anos da Revolução. Estas ganham ainda mais força num momento em que assistimos a tentativas que procuram o apagamento da natureza e real significado da Revolução de Abril, e quando as forças do capital insistem numa intervenção com o objectivo de branquear a natureza terrorista da ditadura fascista, silenciar a luta heroica de milhares de portugueses e particularmente esconder o papel do PCP na criação das condições para que a Revolução de Abril fosse uma realidade, as comemorações do 45.º aniversário da Revolução de Abril assumem uma particular importância na reposição da verdade contra a mentira e na afirmação dos valores de Abril como elemento essencial para a resposta aos problemas actuais e no caminho dum Portugal desenvolvido e soberano.
Igualmente de grande importância são as linhas de trabalho para o reforço do PCP entre as quais a entrega do novo cartão de militante e a campanha dos cinco mil contactos.
A par da intensa actividade política, é necessário prosseguir e intensificar o trabalho de esclarecimento, afirmar os valores e princípios do Partido, afirmar na acção a confiança inabalável nos trabalhadores e nas populações e na sua luta, esclarecer, intervir, no plano ideológico e politico, contra os grandes interesses do capital e dos defensores da política de direita.
Évora, 11 de Janeiro de 2019