Jantar/Debate "As empresas e a crise"

Ficou claro que os micro, pequenos e médios empresários sofrem das mesmas vicissitudes que os trabalhadores e a população em geral face ao poderio dominador e explorador do grande capital económico e financeiro. Vicissitudes estas que passam por levar à falência milhares e milhares destas empresas, não só pela concorrência desigual como, em tempos de crise, pela escassez da procura em consequência da grande baixa de poder de compra dos cidadãos.
Como deixou claro Quintino Aguiar, os interesses e problemas das empresas não são todos iguais, daí que a única confederação portuguesa que não aceita a adesão da grande empresa é a Confederação Portuguesa dos Micro, Pequenos e Médios Empresários – CPPME.
Neste momento o seu fortalecimento com a adesão de novos aderentes é absolutamente necessário para se intensificar a reivindicação da eliminação do Pagamento Especial por Conta (PEC), a entrega do IVA após boa cobrança, a equiparação do IVA com Espanha, a redução dos custos energéticos, e uma participação significativa na concentração - protesto junto da residência do 1º Ministro a realizar no próximo dia 22 de Novembro.

Agostinho Lopes debruçou-se sobre a longa luta do PCP na defesa dos micro, pequenos e médios empresários - MPMEs, a intervenção constante e actual na Assembleia da República, a razão de ser da incompatibilidade entre os MPMEs, o capital monopolista e transnacional e o capital financeiro.
O deputado João Oliveira salientou algumas das grandes dificuldades que o Orçamento do Estado para 2012 vai criar a toda a população e em particular aos MPMEs com a eliminação pela primeira vez do PIDDAC (Plano de Investimento e Desenvolvimento da Administração Central), com a eliminação do subsídio de Natal e subsídio de férias, a subida dos impostos, a eliminação de freguesias, centros de saúde, escolas e outros serviços públicos imprescindíveis à satisfação das necessidades das populações.
Octávio Teixeira protestou veementemente contra os sacrifícios impostos à população em benefício do sector bancário e em detrimento da produção. Advogou a renegociação da dívida pública, de imediato, antes que se atinja a situação da Grécia, e que, a não ser feita, estaremos fatalmente condenados à situação dramática que a Grécia está a viver neste momento.
Sobre a saída da Zona Euro defendeu ser preferível sofrer as consequências que daí advêm sob pena de virmos a estar numa situação pior, se nos mantivermos nela e deixarmos esvair as potencialidades de desenvolvimento que o País tem, e, que nos permitiria, tal como aconteceu na Argentina, recuperar a economia e melhorar as condições de vida de toda a população.