Afirma o governo através do ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional que “o governo vai investir e aumentar as comparticipações em investimentos em territórios de baixa densidade populacional, no sentido de dinamizar a economia”
Mas a realidade desmente a propaganda. Na verdade o processo de desertificação e despovoamento do interior, como acontece no Alentejo, resulta de um vasto e prolongado processo de destruição do aparelho produtivo como foi a liquidação da reforma agrária, o desaproveitamento e rentabilização da capacidade produtiva com a não instalação de indústrias transformadoras nas áreas agroalimentar e de transformação mineira, o encerramento de serviços públicos, a degradação das condições de vida dos trabalhadores e das populações nas quais os sucessivos governos do PS, PSD e CDS-PP têm enormes responsabilidades.
Acresce que a onda da propaganda entra também pela voz do presidente do Comité das Regiões do Parlamento Europeu, vem este agora considerar ser muito importante que as regiões mais prejudicadas durante anos de crise (leia-se Portugal) devem “apostar agora no investimento inteligente” e que o investimento público vai desempenhar um papel fundamental”, desde que não aumentem o “endividamento geral do Estado”, acrescentando que “ a austeridade local e regional o pode impedir”
Para o Executivo da DRA do PCP trata-se de palavras bonitas, cuidadas e medidas para justificar o prosseguimento da política de exploração e de empobrecimento a que o país tem estado sujeito e que as grandes opções do plano e o Orçamento do Estado para 2015 confirmam, com o prosseguimento dos cortes no investimento público, com a destruição dos serviços públicos, o aumento da carga fiscal, o favorecimento dos grupos económicos e financeiros.
Diz o governo que quer apostar no desenvolvimento económico, aproveitando os fundos comunitários, favorecendo projetos em diversas áreas no interior. Contudo, importa relevar que o sentido das opções do governo é para favorecer as grandes empresas (algumas das quais nómadas que levantam a “tenda” sempre que encontram noutros países melhores condições de exploração para a obtenção do máximo lucro deixando um lastro de desemprego) e não dinamizar a base económica fundamental da região caracterizada pelas micro, pequenas e médias empresas, a agricultura familiar e o poder local enquanto agentes ativos de dinamização da vida económica e social da região e aumentar o poder de compra.
A verdade é que não se povoa o interior, não se dinamiza a economia e não se cria emprego, encerrando escolas ou reduzindo serviços de saúde, postos da GNR ou da PSP, tribunais, correios e serviços de finanças, cortando nos apoios sociais, ou reduzindo de forma vergonhosa as transferências do Orçamento do Estado para o poder local.
A verdade é que não se povoa o interior, não se dinamiza a economia e não se cria emprego, impondo a redução do número de trabalhadores das autarquias e da administração central em geral, recorrendo a trabalhadores sem direitos e com baixos salários.
A verdade é que foram suspensas as obras do IP8 e IP2 e não se vê fim à vista para a retoma da sua construção, prejudicando assim a economia regional.
A verdade é que, em contraste com as sucessivas promessas que percorrem os governos da política de direita do PS, PSD e CDS-PP, ao longo de 38 anos, tal como recentemente dava conta um órgão de comunicacional social “há fome no Alentejo” e essa realidade resulta de uma política concreta que desprezou o Alentejo e os alentejanos colocando-os na cauda do país em matéria de salários e pensões os mais baixos per capita do país, nos índices mais altos de desemprego.
A verdade é que o Ensino Superior, que poderia ainda dar um maior contributo para o desenvolvimento da região atravessa um período de grande dificuldade, por via dos cortes no financiamento, pelo abandono dos alunos em resultado da falta de condições económicas.
A verdade é que o governo se quer ver livre da Escola de Hotelaria e Turismo em Portalegre transferindo-a para a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Lezíria do Tejo ou para entidades privadas ou encerrá-la.
Para o Executivo da DRA do PCP, a questão central que se coloca é a rotura com a política de direita e a imperiosa necessidade de uma política patriótica e de esquerda que ponha fim ao rotativismo político das forças da política da direita PS, PSD e CDS-PP.
O Executivo da DRA do PCP, apela aos trabalhadores, à população em geral, aos democratas e patriotas para que lutem em defesa dos direitos, por uma política patriótica e de esquerda por um Alentejo desenvolvido onde seja bom viver.
21 de Outubro de 2014
O Executivo da Direção Regional do Alentejo
Para eventual contacto: Miguel Madeira (965 666 490)