Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Évora, Comício Comemorativo do 40º aniversário da Reforma Agrária.
Estamos aqui, hoje, a assinalar o 40º aniversário da Reforma Agrária, momento marcante da História do nosso País, em que os assalariados agrícolas do Alentejo e Ribatejo - levando por diante as conclusões da I Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul, realizada pelo PCP aqui em Évora, em 9 de Fevereiro de 1975 - avançaram audaciosamente no caminho da construção concreta da Reforma Agrária e da garantia do trabalho, da produção e do pão de que o povo e o País necessitavam.
Avançaram para transformar o Alentejo das terras incultas, das charnecas, dos pousios, do gado raro e miserável, do baixo rendimento das culturas, do desemprego, da miséria e da fome, para fazer do Alentejo, com apoio do Estado democrático, uma terra de progresso para todos.
Tratou-se de um acontecimento que tinha, atrás de si, décadas de luta desenvolvida pelo proletariado agrícola contra o latifúndio opressor e explorador e sustentáculo assumido do regime fascista – luta que, por isso mesmo, tinha na consigna «a terra a quem a trabalha» uma referência fundamental.