Aplaudido por meio milhar de apoiantes de Arraiolos e concelhos vizinhos, Edgar Silva apontou o exemplo do povo do Alentejo que, há tantos anos quantos tem a portugalidade, tem mostrado como recusa fatalismos, não se resignando a qualquer «mal menor», e hoje contribui para o crescente movimento de cidadania, por direitos e contra a política de terrorismo social.
O almoço que iniciou este último sábado da campanha eleitoral teve lugar no pavilhão multiusos de Arraiolos, reunindo apoiantes e activistas do distrito de Évora, mas com maior peso do concelho anfitrião. Pouco antes das 13 horas, quando o candidato chegou, recebido com calorosos aplausos e a estimulante palavra de ordem «Edgar avança, com toda a confiança», actuava já o grupo Trovadores do Redondo, que foi acompanhando a refeição. Para cantar «Traz outro amigo também», Edgar Silva subiu ao palco e juntou-se ao coro.
Cerca das 14 horas, para o comício, foram chamados os mandatários concelhios da candidatura, presidentes de câmara, dirigentes regionais e nacionais do PCP e do PEV, entre os quais João Oliveira e João Dias Coelho, membros da Comissão Política do PCP.
Alexandre Varela, mandatário distrital da candidatura, contou como tem corrido a campanha, assinalou os crescentes apoios de diversos sectores e notou que, com a insistência em colocar na agenda eleitoral a Constituição, as demais candidaturas acabaram por também abordarem o tema.
Edgar Silva considerou «este grande encontro» como mais um sinal positivo, na recta final da campanha eleitoral, em que agora estamos a entrar, no sentido de reforçar «este movimento de exigência de outro rumo para Portugal» e «para que os valores de Abril possam triunfar» no dia 24 de Janeiro.
O candidato enfatizou a diferença entre «os salões dos grandes interesses, que tudo querem decidir a partir de Lisboa e a experiência histórica do «Alentejo profundo», onde «a luta pela liberdade tem raízes tão antigas quanto a portugalidade» e onde se afirma um «movimento de cidadania do povo e dos trabalhadores, por direitos que têm que ser reconhecidos pelo Estado». «Já chega de terrorismo social», de ofensiva do poder central de encerramento de serviços públicos e abandono do interior, que «até as juntas de freguesia quis tirar ao povo», e «é preciso afirmar os direitos, o direito ao desenvolvimento, o combate ao despovoamento e às suas causas».
Ressalvando que o Presidente da República não governa, Edgar Silva salientou que o PR «tem de tomar partido por todos os que exigem ser tratados como portugueses de primeira em todas as parcelas do território nacional».