Inserida na frenética acção de propaganda e de promessas que, o governo leva a cabo em todo o País, realiza-se no dia 2 de Março em Elvas com a presença de vários ministros e secretários de Estado a apresentação do livro do PORA. Uma apresentação que não pode esconder a forma quase secreta como o governo e a CCDR elaboraram o documento.
Sem prejuízo de uma análise mais detalhada, para a Direcção Regional do Alentejo do PCP, a elaboração do PORA foi determinado por um elevado condicionamento dos Municípios aos planos das Comunidades Intermunicipais (CIM) e sobretudo pela submissão às orientações e decisões da União Europeia e de entidades ditas reguladoras como é exemplo a ERSAR.
Por iniciativa da Direcção da Organização Regional de Évora do PCP teve lugar um debate, no dia 23 de Fevereiro, no Salão Nobre do Teatro Garcia de Resende, sobre o chamado “Programa Alentejo 2020” no qual participaram cerca de 60 pessoas, entre elas vários independentes, que durante a tarde discutiram o enquadramento da elaboração e gestão do próximo quadro comunitário de apoio para o Alentejo Central.
Foi referido pelos intervenientes que se trata de um programa de apoio financeiro destinado, não a garantir uma política de coesão social, económica e territorial, como é anunciado, mas sim o aprofundamento da liberalização económica e social, acentuando ainda mais as desigualdades dos territórios. É um instrumento financeiro de apoio à política do governo contra os serviços públicos e que visa a intenção do governo de se libertar das funções sociais do Estado. É instrumento elaborado no segredo, com uma gestão centralizada, na qual os municípios não são integrados nem as suas opiniões são tidas em conta, apenas são chamados para sessões de propaganda e nada mais.